SINDICATO DAS EMPRESAS DE COLETA, LIMPEZA E INDUSTRIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINAS GERAIS

A mulher e a liderança: um cenário que ainda demanda por mais paridade

12 de março de 2021

O dia 08 de março, reconhecido internacionalmente como o dia da Mulher, é uma data comemorativa que simboliza a luta histórica das mulheres por igualdade de direitos. Através dos movimentos feministas que se desenvolveram em várias partes do mundo em diferentes períodos e contextos, as mulheres conseguiram muitas conquistas importantes quanto aos direitos sociais, trabalhistas, políticos e também culturais, contudo, a luta ainda continua nos dias atuais.

Apesar de termos avançado muito ao decorrer dos anos, no ano de 2021 ainda temos muitos problemas sérios que precisam ser discutidos e resolvidos. Problemas como a questão da violência contra a mulher, do assédio, do feminicídio, da criminalização do aborto e tantos outros, dentre eles, citamos também, os desafios relacionados à inclusão e participação da mulher no mercado de trabalho.

O dia 08 de março, mais do que uma data comemorativa é um momento oportuno que traz em si importantes reflexões acerca do lugar que a mulher ocupa na sociedade e dos desafios que ela ainda tem pela frente.

As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço na sociedade e a participação delas no ambiente corporativo é crescente, contudo, ainda há pouca representatividade das mulheres em cargos políticos e de liderança, revelando que ainda persiste uma desigualdade entre os gêneros que precisa ser discutida.

Mesmo com a questão da igualdade de gênero ganhando cada vez mais destaque na sociedade, o cenário ainda não é tão favorável. Existem algumas barreiras que precisam ser enfrentadas que reforçam essa situação. Além de terem que conciliar carreira, vida pessoal, maternidade e tarefas domésticas, as mulheres também têm que lidar com o preconceito e resistência das pessoas com a sua participação no mercado de trabalho, principalmente em posições de poder.

Algumas pessoas ainda se sentem desconfortáveis em serem lideradas por uma mulher ou acham que elas possuem menos capacidade que os homens. Um exemplo disso, é que as mulheres ainda recebem menos e também ocupam menos cargos de liderança, apesar de terem maiores níveis de escolaridade que os homens. Os dados mostram que apesar das mulheres constituírem mais da metade da população brasileira, elas ainda têm pouca representatividade nas esferas públicas e privadas. Sem o apoio da sociedade, se torna muito mais difícil transformar essa realidade.

O estudo “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – indicou o quanto a desigualdade de gênero é evidente no país. Segundo o levantamento desse estudo, em 2016, as mulheres ainda dedicavam mais tempo aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos que os homens, totalizando um percentual de 73% a mais de horas, o que equivalem a 18,1 horas semanais delas contra 10,5 horas dos homens. Nesse mesmo ano, 60,9% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 39,1% pelas mulheres. Os dados também mostraram que em todas as faixas etárias a proporção de homens ocupando os cargos gerenciais era maior. Ainda conforme o estudo, a desigualdade entre mulheres pretas ou pardas e os homens pretos ou pardos era maior do que entre as mulheres brancas e os homens brancos. Quanto à participação das mulheres na vida política do país em 2017, dos 28 ministros de Estado, apenas dois eram mulheres, o que representava 7,1%.

Diante do exposto, percebemos que ainda há um longo caminho a ser percorrido pelas mulheres nessa luta por maior igualdade de direitos e para que elas consigam ocupar todos os espaços que já são ocupados pelos homens. Para a mulher negra, essa luta é ainda maior. Mudar esse cenário, não é uma tarefa fácil, porém, possível. Para isso é importante que toda a sociedade trabalhe em conjunto e se mobilize para a redução das desigualdades ainda persistentes nos dias atuais.

No mundo corporativo, as empresas precisam criar uma cultura organizacional  que favoreça a permanência das mulheres no mercado e facilite a conciliação entre vida pessoal e profissional. O futuro demanda por organizações mais humanas e inclusivas, que apoiam a diversidade em todos os seus aspectos e garantem as mesmas oportunidades a todos os seus colaboradores.

Desenvolvido por Aline Fonseca | Coordenadora do Programa PADES |

Last modified: 12 de março de 2021

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