No dia 17 de maio é comemorado o Dia Internacional da Reciclagem. Essa data foi instituída pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e tem por objetivo promover a reflexão sobre a importância do descarte correto do lixo e da reciclagem dos resíduos.
Em 5 de junho, temos o Dia Mundial do Meio Ambiente que reforça a importância de se preservar os recursos naturais do planeta. Não é à toa que datas como essas cada vez mais têm ganhado destaque e repercussão.
Com o crescimento da industrialização e aumento do consumismo, a produção de lixo e poluição aumentaram consideravelmente, tornando a questão ambiental uma preocupação mundial. Diante dessa situação, a reciclagem vem assumindo um papel muito importante, visto que, ela ajuda a minimizar os impactos do descarte do lixo no meio ambiente, através do reaproveitamento dos resíduos que muitas vezes são descartados de forma inadequada e podem contaminar os rios, solos e impactar negativamente a natureza.
De acordo com o World Wide Fund for Nature (Fundo Mundial para a Natureza), Organização não governamental internacional que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental, o Brasil é o quarto país do mundo que mais produz lixo plástico, com um percentual de 11,3 milhões de toneladas. Liderando as três primeiras posições, estão os Estados Unidos, China e Índia.
Apesar da assustadora taxa de produção de lixo plástico, o índice de reciclagem no Brasil ainda é baixo, totalizando um percentual de apenas 1,28% e está muito abaixo da média de reciclagem de plástico global que é de 9%. Um estudo realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza apontou ainda que, o Brasil produz aproximadamente 1 quilo de lixo plástico por habitante a cada semana.
Além do plástico, outros materiais recicláveis como o papel, metal e vidro, muitas vezes também acabam não recebendo o descarte correto. Em algumas cidades pelo Brasil, ainda não é feita a coleta seletiva de lixo e também não contam com postos de coleta que recolhem o lixo que pode ser reciclado. Dessa forma, grande parte do lixo produzido acaba indo para os aterros sanitários ou para a incineração, o que não resolve o problema.
A incineração, por exemplo, libera na atmosfera muitos gases tóxicos que são prejudiciais à saúde e afetam também o meio ambiente. Sem contar os resíduos que não vão para os aterros sanitários e são descartados de forma ilegal e inadequada, em lixões a céu aberto. Diante desse contexto, pensar em soluções sustentáveis para se lidar com o lixo que é produzido diariamente, é fundamental.
A reciclagem mostra-se como uma ótima alternativa para ajudar a resolver parte desse problema, uma vez que ela permite que os resíduos que seriam jogados fora possam ter uma nova utilidade e se transformem em outras coisas.
Existem algumas cooperativas de catadores de lixo que fazem a coleta dos materiais recicláveis e contribuem para que o lixo reciclável seja destinado para esse processo. Porém, ainda há muito a ser feito para que os índices de reciclagem sejam maiores e se consiga evitar que a questão do descarte do lixo continue sendo um problema.
Para que essa realidade comece a se transformar, é muito importante o investimento de políticas públicas que incentivem a redução do lixo e estimulem a preocupação quanto à importância da reciclagem. Além disso, cada um precisa fazer sua parte, descartando de forma correta seu lixo, e realizando ações sustentáveis e que evitem o desperdício. Muitos dos materiais que consumimos demoram vários anos para se decompor na natureza, portanto, reduzir a quantidade de lixo produzido e adotar atitudes que evitem os impactos negativos da ação humana ao meio ambiente fazem toda a diferença e contribuem para se deixar um mundo melhor e habitável para as gerações futuras.
No Brasil, as cidades de Belo Horizonte e Curitiba se destacam na questão da reciclagem do lixo e demonstram dar a devida importância a esse assunto. Nessas duas cidades existem programas de incentivo à reciclagem e há locais apropriados para o descarte dos materiais, assim como pontos de coleta para recolhimento de óleo de cozinha e lixo tóxico (baterias, pilhas e remédios) que, apesar de não serem materiais recicláveis, precisam ter o descarte correto para se evitar a contaminação do solo e da água.
Que o exemplo dessas cidades possa estimular outras cidades do país a adotarem atitudes como essa e cada cidadão possa assumir a sua responsabilidade, de forma a contribuir para um mundo com menos poluição e mais qualidade de vida para todos.
Elaborado por: Aline Fonseca | Coordenadora do Programa PADES do Sindilurb
Referências
https://www.wwf.org.br/?70222/Brasil-e-o-4-pais-do-mundo-que-mais-gera-lixo-plastico
https://blog.brkambiental.com.br/reciclagem/
Last modified: 12 de junho de 2021