Home office: estratégia de inovação e competitividade nos negócios
O ambiente de trabalho tem vivenciando importantes transformações neste período da Pandemia de Covid-19. Possivelmente, muitas estratégias adotadas às pressas pelas organizações serão mantidas após o fim de toda esta situação.
Acreditamos que o home office veio para ficar. Muitas empresas apresentaram dificuldades para implementá-lo passando por questões de nível técnico, gestão remota das equipes, estruturação física e por aí vai. Porém, depois de passado o furacão, o que se observou foi uma aceitabilidade e um olhar para o home office com menor resistência, vislumbrando nesta modalidade de trabalho uma excelente oportunidade para a inovação e competitividade.
Benefícios do home office
Quando se fala em home office os benefícios podem ser vários. Na dimensão da sociedade, o trabalho remoto, proporciona melhora no tráfego das grandes cidades, menor emissão de CO2, e consequentemente menor uso de recursos naturais não renováveis, como por exemplo o combustível.
Um estudo recente, feito por pesquisadores da cidade Belo Horizonte, constatou uma diminuição de 45% nos níveis de poluição da cidade durantes os períodos que a cidade decretou o funcionamento apenas das atividades essenciais. Trabalhar de casa pode e muito contribuir para um meio ambiente mais sustentável.
No âmbito das organizações, o home office apresenta benefícios, que se bem explorados, podem ser fatores de competitividade e diferenciação no mercado. São exemplos de benefícios para as empresas: redução de custos relacionados a mobilidade dos profissionais (vale transporte, combustível, estacionamento), custos imobiliários (locação de salas, taxas de condomínio, alvará), custos com estruturação e manutenção de escritórios físicos (mobília, energia, água), dentre outros.
No âmbito do colaborador, os benefícios do home office estão relacionados, no geral, a maior qualidade de vida no trabalho, especialmente em grandes centros urbanos onde perde-se muito tempo com mobilidade, especialmente para os usuários do transporte público. E quando a se economiza tempo no deslocamento sobra mais tempo para se dedicar ao convívio familiar, a prática de alguma atividade física, ou mesmo o lazer.
Nem tudo são flores no home office
Nem tudo são flores, e como em toda situação, existem vantagens e desvantagens, e é preciso refletir sobre elas. Destas desvantagens nascem necessidades de intervenção, especialmente por parte do empregador que precisa manter sua equipe engajada e motivada.
No âmbito do trabalhador é onde se enxerga maior parte das desvantagens. Como por exemplo podemos citar: (1) o isolamento social, ou seja, a perda da interação com os outros colegas de trabalho no ambiente físico, (2) a procrastinação ou excesso de trabalho por não saber planejar bem as atividades,(3) ou mesmo os conflitos familiares decorrentes desta nova atividade.
Neste aspecto é importante ressaltar que nem todo profissional possui perfil para home office, nem sempre o melhor colaborador dentro da empresa é o melhor fora dela. Portanto, é preciso que organização que decida implementar o home office tome alguns cuidados em sua implementação, visto que, são necessárias algumas atitudes e aptidões para o exercício do trabalho remoto. Além disso, é preciso pensar estratégias para gestão das equipes remotas, mantendo-as motivadas e engajadas com os propósitos organizacionais.
A comunicação é outro aspecto que a organização precisa ter muita atenção. É preciso estar mais próximo dos colaboradores. Líderes precisam fazer uso de todos os canais possíveis para que sua equipe remota se sinta confiante e segura para realização das atividades. Reuniões remotas de feedback semanalmente podem ser um excelente recurso para manter a comunicação entre líderes e liderados no prumo.
A mulher e o home office
Outra questão importante que merece reflexão é a situação da mulher em home office. As mulheres possuem maior qualificação e isso é um fator positivo para sua empregabilidade e exercício do home office. Porém, sua produtividade fica comprometida, visto que, suas atividades de trabalho concorrem com as atividades domésticas.
Para as organizações que pretendem implementá-lo é muito importante esse olhar atento a questões com estas. Deve-se pensar em estratégias que engajem não somente trabalhador remoto, mas também todos os membros da família.
Home office e inclusão social
Home office não se limita apenas a estratégias de redução de custos ou de sustentabilidade. Pode e deve ser pensado como uma estratégia de inclusão social.
No que se refere ao portador de necessidades especiais o ambiente digital possibilita uma nova perspectiva de vida, visto que, sua necessidade especial deixa de ser um obstáculo para inserção no mercado de trabalho, já que ele estará trabalhando com sua capacidade intelectual, seu conhecimento, e não teria, por exemplo, dificultadores relacionados ao espaço ou mesmo a sua locomoção.
Além disso, outra característica importante do teletrabalho como ferramenta de inclusão social é que ele não se limita somente a questões relacionadas aos portadores de necessidades especiais. Para o home office ou teletrabalho não importa cor, etnia, idade, sexo, deficiência física ou disposição geográfica do trabalhador, que são por vezes barreiras comuns enfrentadas por alguns profissionais para inserção no mercado de trabalho.
A questão da inclusão social no home office deve ser explorada pela organização de maneira estratégica, a partir dela pode-se fortalecer o engajamento dos colaboradores, pode ser também um fator de atração e retenção de talentos, pode e devem estar associada aos valores do negócio, desenhados em sua estratégia organizacional, além de auxiliar na construção da imagem corporativa na sociedade. Para tanto, é muito importante difundir esta questão da inclusão social interna e externamente, demonstrando tanto para o público interno como para o público externo as preocupações sociais da organização.
Uma coisa é fato, o home office não altera as responsabilidades de um trabalho, só modifica o ambiente onde ele é realizado. Para tanto, organização e planejamento são fundamentais para que a implementação seja bem sucedida, seja no âmbito estrutural ou de gestão de pessoas.
Elaborado por: Aline Fonseca – Coordenadora do Programa PADES do SINDILURB
Last modified: 16 de dezembro de 2020