SINDICATO DAS EMPRESAS DE COLETA, LIMPEZA E INDUSTRIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINAS GERAIS

RH que APRENDE | Set./2018: Empoderamento feminino é questão de negócios |

28 de setembro de 2018

Empoderamento feminino? Será que é algo importante a se pensar em sua empresa?

Sem sombra de dúvidas! A promoção da igualdade de gêneros nas organizações é questão de negócios.

Antes de falar de negócios, é importante apresentar algumas estatísticas sobre a realidade da mulher no Brasil e no mundo.

Mulheres em risco

  • 50% das mulheres no mundo já foram vítimas de assédio sexual no ambiente do trabalho; (OIT)
  • 67% dos casos de violência contra as mulheres no Brasil, são cometidos por parentes próximos ou conhecidos das famílias das vítimas; (IPEA)
  • 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes e apenas 10% dos estupros são notificados; (IPEA)
  • Os assassinatos entre as mulheres pardas e negras aumentaram 54% em dez anos (entre 2003 e 2013); (FLACSO; OPAS, ONU MULHERES)
  • Das mortes violentas, 50,3% são cometidas por familiares, e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros;

Mulheres e a saúde

  • As mulheres negras são as que mais morrem por causas obstétricas, 64% da mortalidade ocorre entre as negras e 34% entre as brancas;
  • Mais de metade dos 36,9 milhões de portadores do vírus HIV em todo o mundo são mulheres. Deste número, 2,6 milhões são crianças que foram contaminadas durante a gravidez ou lactação;
  • No Brasil vem aumentando o número de ocorrência do HIV entre as mulheres casadas em relacionamentos heterossexuais. Em 2012, 86,8% originaram de relações heterossexuais com pessoas infectadas com o HIV em relacionamentos estáveis; (BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO, 2013)

Mulheres e a educação

  • Dos 774 milhões de adultos analfabetos no mundo, 64% são mulheres (UNESCO, 2013);
  • Mais de 120 milhões de crianças e jovens em idade escolar permanecem fora da escola em todo o mundo, mais de metade são meninas. (UNESCO, 2015)
  • 24 milhões de crianças nunca vão entrar numa sala de aula, e as meninas são o grupo mais desfavorecido. (UNESCO; 2015)

Mulheres e o mercado

  • As mulheres são atualmente 58% dos universitários no Brasil.(CENSO; 2010)
  • Apesar de representarem maior parte dos universitários, as mulheres representam apenas 2% dos presidentes das 250 maiores empresas brasileiras; (BAIN & COMPANY; 2013)
  • 48% das empresas ainda não tem nenhuma mulher no conselho de administração, 66,5% das empresas não apresentam sequer uma mulher em posição de diretoria executiva. (FGV)
  • As mulheres são 43% dos empreendedores do Brasil, mas apenas 20% delas têm faturamento mensal superior a R$ 30 mil.
  • As mulheres ainda são as principais responsáveis pelos afazeres domésticos. A média de dedicação semanal das mulheres a esse tipo de trabalho é de 25 horas semanais contra a média 10 horas semanais entre homens; (IPEA)
  • A média salarial feminina no Brasil corresponde a 74,5% da média salarial masculinas; (PNAD; 2014, IBGE)
  • Mulheres negras apresentam ocupações de menor remuneração. 21% das mulheres negras no Brasil são trabalhadoras domésticas contra 12,5% das mulheres brancas e apenas 22% têm carteira assinada.(IPEA;2009)
  • Existem quatro grupos de estereótipos que dificultam o avanço profissional feminino: barreira da maternidade, corda justa, prove novamente e guerra de gênero. (CENTER WORKLIFE);

Mulheres e a produtividade

  • As mulheres representam mais de 40% da mão de obra global, 43% da força de trabalho atuante e mais da metade dos estudantes universitários do mundo. (BANCO MUNDIAL;2012)
  • Resolver a desigualdade de gênero em todas as suas dimensões poderia adicionar US$ 28 trilhões ao PIB global em 2025. No Brasil, essa mudança poderia gerar um PIB 30% maior, em 2025, com até US$ 850 bilhões a mais em circulação; (MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE; 2015)
  • Países que promovem os direitos das mulheres e aumentam o acesso delas aos recursos e ao ensino têm taxas de pobreza mais baixas, crescimento econômico mais rápido e menos corrupção.

Há muito tempo este importante tema estava em na lista de assuntos a serem tratados em nossos  Boletins. Abordar questões relacionadas aos gênero está na agenda de muitas organizações pioneiras e pode e deve ser agregado as nossas agendas como modo de contribuir para uma sociedade onde haja maior paridade entre os gêneros.

Mas afinal, por que é importante promover o empoderamento feminino?

Segundo Relatório da ONU Mulheres de (2015), “empoderar as mulheres para que participem integralmente de todos os setores da economia e em todos os níveis de atividade econômica é essencial para:

  • Construir economias fortes;
  • Estabelecer sociedades mais estáveis e justas;
  • Atingir os objetivos de desenvolvimento, sustentabilidade e direitos humanos internacionalmente reconhecidos;
  • Melhorar a qualidade de vida para as mulheres, homens, famílias e comunidades;
  • Impulsionar as operações e as metas dos negócios.

Quais são os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres?

  1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
  2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
  3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
  4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
  5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
  6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
  7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Mas e o RH com tudo isso?

O RH Estratégico sabe o quão importante é pensar à frente, antecipar-se aos problemas e aproveitar oportunidades. Promover a equidade de gêneros no ambiente de trabalho é algo que a empresa se beneficia em duas pontas. A primeira delas é da responsabilidade social, onde a promoção de ações relativas ao empoderamento feminino pode refletir positivamente na imagem da organização diante da sociedade. A segunda e não menos importante, possui reflexos mais internos à empresa, promover a paridade de gêneros no ambiente organizacional pode aumentar a produtividade e consequentemente elevar de modo positivo o clima organizacional.

Reforçando o apresentado no relatório da Mckinsey de 2015, resolver a desigualdade de gêneros em todas as suas dimensões pode adicionar cerca de US$ 28 trilhões ao PIB global em 2025, no Brasil poderia gerar um PIB 30% maior, em 2025, com até US$ 850 bilhões a mais em circulação.

“Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável”. (ONU MULHERES,2016)

Uma coisa é fato, empoderamento feminino é questão de negócios, e sua empresa, ela já está atenta a isso?

—————————————————————————————————————————————-Elaborado por: Aline Fonseca – Coordenadora do Programa PADES Desenvolvimento

Para saber mais sobre o assunto:

Organização Internacional do Trabalho (OIT), Questionando um mito: custos do trabalho de homens e mulheres. 2006. http://www.oit.org.br/sites/default/files/topic/gender/pub/ questionando_um_mito_274.pdf.

Para mais informações sobre o Mapa de Violência 2015, acesse http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/ mapaViolencia2015.pdf.

Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis, OMS, 2014; Trends in maternal mortality: 1990 to 2015, OMS, 2015.

Para mais informações sobre o Boletim Epidemiológico HIV/Aids - 2013, acesse http://www.aids.gov.br/ publicacao/2013/boletim-epidemiologico-aids-e-dst-2013.

O relatório que aponta esse cenário pode ser encontrado em http://en.unesco.org/gem-report/growing-numberchildren-and-adolescents-are-out-school-aid-fails-meetmark#sthash.YiNpD9PS.PKMhZ08w.dpbs.

Sem atalhos: O caminho para as mulheres alcançarem o topo, Bain & Company, 2013.

Participação de mulheres em cargos de alta direção: Relações sociais de gênero, Direito Societário e Governança Corporativa, Paul, Ligia e Donaggio, Angela, Fundação Getúlio Vargas, 2013. O estudo pode ser encontrado em http:// papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2508929.

Para mais informações sobre o Trabalho Doméstico não remunerado, acesse http://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/ revista.pdf

As informações podem ser encontradas no estudo Igualdade de Gênero e Desenvolvimento, do Banco Mundial, em http://siteresources.worldbank.org/INTWDR2012.

Last modified: 3 de janeiro de 2020

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