SINDICATO DAS EMPRESAS DE COLETA, LIMPEZA E INDUSTRIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINAS GERAIS

RH que APRENDE | Felicidade no trabalho e sua relação com a produtividade |

22 de janeiro de 2019

Felicidade e sucesso: quem vem primeiro?

No Boletim do Conhecimento desta edição vamos abordar a importante relação, que não devemos desconsiderar, que existe entre felicidade, trabalho e produtividade. A base desta e das próximas edições será o livro ” O jeito Harvard de ser Feliz” de Shawn Achor, professor e pesquisador de Harvard.

Existem algumas crenças limitantes sobre sucesso e felicidade que precisamos aprofundar. Antes de aborda-las, faço lhes uma pergunta para reflexão: Sucesso e felicidade, quem vem primeiro?

Normalmente, a maioria dos indivíduos condiciona a felicidade ao alcance de uma meta, um sonho, ou outro propósito semelhante. ” Se você se empenhar, terá sucesso e só depois de ter sucesso será feliz” (ACHOR, 2010). Como afirma Shawn, essa crença explica o que costuma nos motivar na vida.

Se o sucesso levasse à felicidade, todo trabalhador que conseguisse uma promoção, todo estudante que passasse no vestibular ou qualquer pessoa  que já tenha atingido uma meta de qualquer natureza seria feliz. (ACHOR, 2010).

Como afirma o autor, a cada vitória a meta de felicidade é empurrada para frente, de modo que, o individuo acaba perdendo a felicidade de vista. Shawn afirma que fórmula esta invertida, segundo seus estudos , a relação entre felicidade e sucesso é o contrário do que costuma-se acreditar.

Diversos estudos sobre psicologia positiva e neurociência permitiram a quebra de alguns paradigmas sobre o assunto. Segundo Shawn “Graças a ciência, sabemos agora que felicidade precede o sucesso e não o contrário”.

Felicidade e o otimismo na verdade promovem o desempenho e a realização, proporcionando-nos a vantagem que é o benefício da felicidade. (SHAWN, 2010)

 

John Milton, no livro o Paraíso Perdido, afirma que “A mente é um lugar em si mesma, e em si mesma pode fazer do céu um inferno, e do inferno um céu”. Voltemos aos questionamentos novamente:  onde esta o seu foco agora? Está no estresse ou no privilégio? Você se sente grato por algo, ou está infeliz?

Estas perguntas, foram feitas apenas para causar uma reflexão sobre a nossa realidade, ou a realidade que estamos projetando por meio de nosso interior. Como afirma Shawn, “nossa interpretação da realidade altera a nossa experiência dessa realidade.” Como você tem interpretado sua realidade? Já se deu conta, que você comanda as lentes pelas quais enxerga o mundo?

O objeto ao qual dedicamos nosso tempo e focamos nossa energia mental pode de fato se transformar em nossa realidade. (ACHOR, 2010).

Há algumas curiosidades interessantes sobre o foco dos estudos da psicologia. Por muito tempo eles foram desenvolvidos apenas com foco no negativo, ou seja, para cada 17 estudos sobre depressão e distúrbios, existia 1 que era sobre felicidade.

Conforme constatado por Shawn, os estudiosos focavam seus esforços em estudar aqueles indivíduos  que estavam abaixo da curva da normalidade, que também podemos chamar de curva da média. O objetivo era retorna-los a essa “normalidade”. Porém, aqueles indivíduos acima da curva da normalidade, nunca haviam sido estudados. Quando a psicologia direciona o seu olhar para os indivíduos acima da média, nasce a psicologia positiva, com o intuito de compreender quem são estes indivíduos “fora da curva”, que comportamentos e/ou características apresentam, etc.

O que foi constatado pelos estudos de Shawn  ” esperar a felicidade restringe o potencial do nosso cérebro para o sucesso, ao passo que cultivar a positividade estimula a nossa motivação, eficiência, resiliência, criatividade e produtividade, o que por sua vez, melhor o desempenho”. Segundo Shawn,

“Temos mais sucesso quando estamos mais felizes e somos mais positivos. “

  • Médicos com estado de espírito positivo demonstram quase três vezes mais inteligência e criatividade do que médicos em estado de espírito neutro, e chegam a um diagnóstico preciso em 19% mais rápido.
  • Vendedores otimistas fecham 56% mais vendas que seus colegas pessimistas.
  • Estudantes preparados para sentirem felizes antes de fazer um teste de matemática apresentam um desempenho muito superior que os colegas em estado de espírito neutro.

Nosso cérebro é literalmente configurado para apresentar o melhor desempenho não quando está no negativo ou no neutro, mas quando está positivo.

Segundo Shawn (2010), ” estudos demonstram de maneira conclusiva que o caminho mais rápido para a realização não é apenas concentrar-se no trabalho, e que a melhor maneira de motivar colaboradores não é dá ordens aos gritos e criar uma força de trabalho estressada e temerosa. (…) novas e radicais pesquisas sobre felicidade e o otimismo estão virando tanto o mundo acadêmico quanto o corporativo de cabeça para baixo”.

Mas e o RH com tudo isso?

Sem sombra de dúvidas, este é um assunto que precisa ser estudado pelos profissionais de Recursos Humanos. Estamos sempre em busca de conhecimentos que nos auxiliem no aumento da produtividade, da motivação, do melhor desempenho, e por aí vai. Compreender e aprofundar nestes aspectos pode nos auxiliar a criar um clima favorável para a felicidade no trabalho, de modo que, isto reflita nos resultados organizacionais. Todos ganham.

O desafio se encontra em como viabilizar esta felicidade no trabalho diante, muitas vezes, da escassez de recursos para algumas iniciativas, porém, isso não deve travar nossa criatividade, devemos continuar nossa busca confiante, superando desafios e se reinventando.

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Elaborado por: Aline Fonseca

Coordenadora do Programa PADES Sindilurb
Docente no MBA SENAC Minas / Pesquisadora/ Consultora Empresarial

 

 

 

Last modified: 3 de janeiro de 2020

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