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RH que Aprende | Primeiro princípio : o benefício da felicidade |

7 de março de 2019

O primeiro princípio: o benefício da felicidade

Estamos aprofundando nossos estudos sobre felicidade no trabalho, e nesta edição, vamos abordar o primeiro dos sete princípios propostos por Shawn Achor no livro “ O jeito Havard de ser feliz”.

De acordo com inúmeros estudos, a felicidade é capaz de trazer vantagem competitiva ao seu cérebro e principalmente, à sua organização. Nosso intuito é difundir conhecimentos, ferramentas e práticas que venham auxiliar a busca do melhor desempenho organizacional.

Felicidade e sucesso

Muitos de nós, por muito tempo, acreditávamos que a felicidade girava em torno do sucesso.  – Se nos empenharmos o suficiente alcançaremos o sucesso, e quando o tivermos o sucesso seremos felizes. (antigo paradigma sobre felicidade e sucesso, onde a felicidade vem depois do sucesso).

Estudos recentes e transformadores provocaram uma ruptura nesta crença. Segundo estudiosos da Psicologia positiva a felicidade precede o sucesso, e ela é o caminho para alcançá-lo.

“ Quando estamos felizes – quando a nossa atitude e estado de espírito são positivos –, somos mais inteligentes, mais motivados e, em consequência, temos mais sucesso. A felicidade é o centro, e o sucesso é que gira em torno dela. As pessoas de maior sucesso, aquelas que possuem a vantagem competitiva, não consideram a felicidade como sendo alguma recompensa distante pelo empenho, nem passam os dias com uma postura neutra ou negativa; elas capitalizam os aspectos positivos e seguem colhendo as recompensas.” (ACHOR, 2013)

Mas afinal, o que é felicidade?

Para os cientistas a felicidade compreende experiências de emoções positivas – prazer combinado com um senso de sentido e propósito. Além de um estado de espírito positivo no presente, também possui uma perspectiva positiva para o futuro.

Martin Seligman segmentou a felicidade em três componentes: PRAZER, ENVOLVIMENTO E SENSO DE PROPÓSITO. Segundo estudos deste cientista, a junção destes três componentes faz com que os indivíduos alcancem uma vida plena. Cada um deles de modo isolado só traz alguns benefícios, mas não a plenitude.

A força motriz da felicidade são as emoções positivas, visto que, a felicidade é acima de tudo um sentimento. Para Bárbara Fredrickson, pesquisadora do assunto, as dez emoções positivas mais comuns ligadas à felicidade são:  “alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, divertimento, inspiração, maravilhamento e amor”.

Felicidade e alta performance no trabalho, será que há uma relação?

Não só existe uma relação, como o estímulo à felicidade no ambiente corporativo pode trazer melhores resultados. Inúmeras pesquisas comprovam que “ trabalhadores felizes apresentam níveis mais elevados de produtividade, fecham mais vendas, são mais eficazes em posições de liderança, recebem uma melhor avaliação de desempenho e são mais bem remunerados.”(ACHOR. 2013)

Os diários antigos das freiras católicas

[180 freiras da School Sisters of Notre Dame, todas nascidas antes de 1917, foram solicitadas a anotar seus pensamentos em diários autobiográficos. Mais de cinco décadas depois, um grupo de pesquisadores sagazes decidiu codificar o conteúdo emocional positivo dos diários. Será que o nível de positividade dessas freiras aos 20 anos de idade poderia prever como seria o resto da vida delas? A análise constatou que sim. As freiras cujos diários apresentavam um conteúdo mais abertamente alegre viveram aproximadamente dez anos a mais que as freiras cujos diários eram mais negativos ou neutros. Aos 85 anos, 90% do quartil mais feliz de freiras ainda estava vivo, em comparação com apenas 34% do quartil menos feliz. As freiras que eram mais felizes aos 20 anos claramente não se sentiam assim porque sabiam que viveriam mais; sua saúde melhor e maior longevidade só poderiam ser o resultado de sua felicidade, e não a causa.]

Segundo os estudos citados por Achor (2013), colaboradores infelizes tiram mais dias de afastamento por doenças. As pesquisas indicam que estes trabalhadores deixam de trabalhar em média 1,25 dias por mês, ou tiram mais de 15 dias de afastamento por ano. Além disso, outros estudos comprovaram que este estado de felicidade pode ajudar o corpo a combater doenças de forma mais satisfatória.

Pesquisadores tentaram compreender a capacidade do organismo humano em combater o vírus de um determinado tipo de gripe e relacionaram isso aos níveis de felicidade dos participantes.

Os participantes do estudo primeiramente responderam a um questionário criado para mensurar o nível de felicidade, logo após os cientistas injetaram o vírus da gripe. Após uma semana, os participantes que se apresentaram mais felizes no início do estudo combateram o vírus da gripe com mais eficácia, além de estarem melhor que os demais participantes apresentaram menos sintomas objetivos da doença de acordo com a análise realizada pelos médicos (espirros, tosse, inflamação e congestão).

Mais felicidade, menos faltas e mais produtividade

Cultivar um ambiente de trabalho feliz e agradável pode auxiliar as organizações na redução do absenteísmo, além de reduzir custos com cuidados médicos, e melhor que isso, pode auxiliar no alcance de maior produtividade.

Pesquisas recentes demonstram que esse “efeito de expansão” na verdade é biológico; que a felicidade nos proporciona uma vantagem química concreta. Como? Emoções positivas inundam o nosso cérebro com dopamina e serotonina, substâncias químicas que não apenas fazem nos sentir bem como também sintonizam os centros de aprendizado do cérebro em um patamar mais elevado. Elas nos ajudam a organizar informações novas, mantêm essas informações por mais tempo no cérebro e as acessam com mais rapidez no futuro. E nos permitem criar e sustentar mais conexões neurais, o que, por sua vez, nos possibilita pensar com mais rapidez e criatividade, ser mais hábeis em análises complexas e na resolução de problemas e enxergar e inventar novas maneiras de fazer as coisas. (ACHOR, 2013)

Como o Google e a Yahoo estimulam um ambiente mais criativo e inovador?

Leve um pirulito na próxima vez que visitar o seu médico

De acordo com uma pesquisa feita por cientistas da felicidade, emoções positivas podem afetar o diagnóstico dos médicos. O estudo contemplou outras análises, mas a que mais chama a atenção é a da guloseima. De acordo com os resultados da pesquisa, os médicos foram predispostos a se sentirem felizes quando ganhavam guloseimas. Tal situação foi capaz de turbinar o seu estado de espírito o suficiente para dobrar a eficácia e criatividade durante os diagnósticos aos quais foram submetidos, e nem foi preciso comer o doce, o simples ato de ganha-lo no início da tarefa já foi o suficiente para os resultados encontrados. O que a pesquisa revela: até as menores descargas de positividade podem proporcionar uma vantagem competitiva substancial.

Se um simples docinho é capaz de aumentar a eficácia dos nossos médicos, imagine como o nosso sistema médico poderia ser mais preciso, mais eficiente e mais criativo se as políticas hospitalares se concentrassem mais na satisfação dos colaboradores (não apenas dos médicos, como também dos enfermeiros, estudantes de medicina e técnicos). Não é difícil perceber que esse estudo, e outros similares, apresenta lições de valor inestimável não apenas sobre como deveríamos administrar nossos hospitais como também nossas empresas e escolas. (ACHOR, 2013)

Felicidade requer prática

A felicidade é muito mais que um estado de espírito, e para alcançá-la é preciso esforço e prática. Existem várias formas, já comprovadas, que podem ajudar os indivíduos a alcançarem níveis de felicidade ao logo do dia. Shawn (2013) sugere:

  1. Medite:

Os neurocientistas descobriram que monges que passam anos meditando apresentam um maior crescimento do córtex pré-frontal esquerdo, a principal parte do cérebro responsável pelo sentimento de felicidade. Mas não se preocupe. Você não precisa passar anos vivendo isolado e em silêncio como um celibatário. Bastam cinco minutos por dia observando sua respiração. Enquanto faz isso, tente ser paciente. Se perceber que a sua mente está se distraindo, induza-a a voltar ao foco. (ACHOR, 2013)

 

  1. Encontre algo pelo qual aguardar com expectativa:

Um estudo revelou que as pessoas que simplesmente pensavam em assistir a seu filme preferido, aumentavam seus níveis de endorfina em 27%.28 Muitas vezes, a parte mais agradável de uma atividade é esperar por ela. Se você não puder tirar férias hoje mesmo ou não puder sair com os amigos esta noite, anote algo no calendário – mesmo se for para daqui a um mês ou um ano. Então, sempre que precisar de uma descarga de felicidade, lembre-se do evento que está por vir. Antecipar recompensas no futuro pode acionar os centros de prazer do seu cérebro tanto quanto a própria recompensa. (ACHOR, 2013)

  1. Adote gestos conscientes de bondade:

Inúmeras pesquisas empíricas, inclusive um estudo com mais de 2 mil pessoas, demonstraram que atos de altruísmo – generosidade voltada tanto a amigos quanto a estranhos – reduzem o estresse e contribuem para uma melhor saúde mental. Sonja Lyubomirsky, uma destacada pesquisadora e autora de A ciência da felicidade, descobriu que pessoas que realizaram cinco atos de gentileza no decorrer de um dia relatam sentirem-se muito mais felizes do que grupos de controle e que o sentimento se perpetua durante muitos dias, muito tempo depois de realizá-los. (ACHOR, 2013)

  1. Injete positividade no ambiente:

As pessoas que enchem a mesa de fotos de pessoas queridas não estão apenas pensando na decoração – elas estão garantindo uma dose de emoção positiva cada vez que olham na direção das imagens. Reservar um tempo para dar um passeio em um belo dia de sol também resulta em uma ao ar livre quando o tempo está bom não apenas eleva o estado de espírito positivo como também amplia o pensamento e melhora a memória operacional. Os melhores chefes encorajam os colaboradores a dar uma saída do escritório pelo menos uma vez ao dia e colhem os benefícios na forma de um desempenho da equipe. (ACHOR, 2013)

  1. Não assista programações negativas ou violentas :

Estudos demonstram que, quanto menos programação negativa assistimos na TV, especialmente programas violentos, mais felizes somos. Isso não significa se isolar do mundo real ou ignorar os problemas, tapando o sol com a peneira. Psicólogos descobriram que pessoas que assistem menos à TV na verdade são capazes de julgar com maior precisão os riscos e as recompensas da vida do que aquelas que se expõem a histórias envolvendo criminalidade, tragédias e morte exibidas diariamente no noticiário.32 Isso acontece porque essas pessoas se expõem menos a fontes de informações sensacionalistas ou parciais e, dessa forma, têm mais chances de ver a realidade com mais clareza. (ACHOR, 2013)

  1. Exercite-se:

O exercício físico libera substâncias químicas indutoras do prazer chamadas endorfinas, mas esse não é o único benefício. A atividade física pode melhorar o humor e nosso desempenho no trabalho de inúmeras outras maneiras, aumentando a motivação e intensificando sentimentos de controle, reduzindo o estresse e a ansiedade e nos ajudando a entrar “no fluxo” – aquela sensação fechada, de total envolvimento, que normalmente sentimos quando estamos no auge da nossa produtividade. A maior surpresa, contudo, veio do grupo dos exercícios físicos: o índice de recaída deles foi de apenas 9%! Em resumo, a atividade física não apenas é um estimulador de humor incrivelmente poderoso como também tem ação duradoura. Caminhe, pedale, corra, jogue, alongue-se, pule corda, pula-pula… não importa, contanto que se mantenha em movimento. (ACHOR, 2013)

  1. Gaste dinheiro (mas não com “coisas”):

Gastar dinheiro em experiências, especialmente aquelas envolvendo outras pessoas, produz emoções positivas ao mesmo tempo mais significativas e mais duradouras. Gastar dinheiro com outras pessoas, a chamada “despesa social”, também aumenta a felicidade. (ACHOR, 2013)

 

  1. Exercite seus pontos fortes:

Todo mundo é bom em alguma coisa – você pode dar excelentes conselhos, pode lidar bem com crianças ou saber fazer um bolo de chocolate maravilhoso. Cada vez qu utilizamos uma habilidade, não importa qual seja, vivenciamos uma descarga de positividade. Se você se vir precisando de uma bela dose de felicidade, recorra a um talento que passou um tempo sem usar. (ACHOR, 2013)

Este Boletim apresenta um conteúdo que nos fará repensar a maneira de gerir pessoas no ambiente de trabalho. Este conhecimento é mais uma estratégia que pode amparar ações voltadas para a motivação das pessoas nas organizações.

Uma coisa é certa, se as organizações buscam elevar a produtividade e o desempenho organizacional, investir em ações que possam estimular a felicidade no trabalho pode ser mais uma ferramenta útil neste processo desafiador que é motivar pessoas.

Elaborado por: Aline Fonseca

Coordenadora do Programa PADES SINDILURB
Docente no MBA SENAC Minas / Pesquisadora/ Consultora Empresarial

Last modified: 3 de janeiro de 2020

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